A 9ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco decidiu, nesta terça-feira (30), suspender em caráter liminar a criação da turma especial de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) destinada a integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O edital previa a abertura de 80 vagas, mas foi alvo de contestação e denúncias do vereador do Recife, Thiago Medina (PL), que questionou a legalidade do processo.
Desde a divulgação do edital, Medina vinha denunciando supostas irregularidades, como a restrição das vagas a um grupo específico, a adoção de critérios avaliativos considerados frágeis e o desrespeito ao princípio da igualdade de acesso ao ensino superior. Nas redes sociais, o parlamentar classificou a iniciativa como uma “turma de Medicina feita exclusivamente para o MST” e apontou vícios de legalidade e de moralidade administrativa.
Segundo o político, a mobilização popular também teve peso na decisão judicial. “Centenas de mensagens e compartilhamentos em apoio à denúncia ampliaram a pressão sobre a UFPE e sobre o Judiciário, que optou por paralisar os efeitos do edital até julgamento definitivo. Para a Justiça, havia elementos suficientes para reconhecer a gravidade das alegações apresentadas”, disse o vereador.
Thiago Medina comemorou a decisão: “Esse resultado é uma vitória da sociedade. Denunciamos desde o início que a UFPE não podia criar um processo seletivo à margem da lei para beneficiar grupos ideológicos. A pressão popular fez a diferença, mostrando que o povo não aceita que as universidades sejam utilizadas para formar militantes ideológicos”, afirmou.
A suspensão representa um revés para a UFPE, que terá de aguardar a análise do mérito da ação antes de dar continuidade ao projeto da turma especial de Medicina voltada ao MST.
