O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou, nesta quinta-feira (4), a criação da Federação Renovação Solidária, união partidária entre o Solidariedade e o Partido Renovação Democrática (PRD). Com a decisão, as duas legendas passam a atuar nacionalmente como uma única agremiação, com compromisso de permanecer unificadas por pelo menos quatro anos, conforme determina a legislação das federações partidárias.

A relatora do pedido, ministra Estela Aranha, afirmou que a solicitação atendeu a todas as exigências legais e documentais previstas. Ela destacou que os partidos ajustaram seus estatutos para se adequar às normas das federações, o que inclui alinhamento às previsões legais, normativas e jurisprudenciais aplicáveis. Segundo a ministra, “todos os requisitos formais foram atendidos, bem como houve ajustes das regras estatutárias para que o documento se alinhe às previsões legais”.

As federações partidárias foram instituídas pela Lei nº 14.208/2021, que permite a união programática de duas ou mais siglas com afinidade ideológica para atuação conjunta em nível nacional, diferentemente das antigas coligações, que eram temporárias e restritas ao período eleitoral. O modelo tem caráter permanente, duração mínima de quatro anos e validade em todo o país — podendo servir, inclusive, como etapa preliminar para futuras fusões ou incorporações.

Com a homologação da Renovação Solidária, o Brasil passa a contar com quatro federações partidárias registradas no TSE, reunindo ao todo nove partidos: Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), Federação PSDB-Cidadania, Federação PSOL-Rede e, agora, Solidariedade e PRD.

Em Pernambuco, a criação da federação tem impacto direto no cenário político estadual. O Solidariedade é comandado pela ex-deputada federal Marília Arraes, enquanto o PRD tem como principal liderança o prefeito de São Caetano, Josafá Almeida. Ambos são aliados do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e integram o bloco que o apoia na pré-candidatura ao Governo de Pernambuco em 2026.

A formalização da Federação Renovação Solidária tende a fortalecer esse grupo no estado, ampliando sua capilaridade e consolidando um campo político que já vinha atuando de maneira coordenada. A união das duas siglas sob uma mesma estrutura partidária deve influenciar diretamente as articulações para as eleições municipais e estaduais, reforçando o palanque de João Campos e reorganizando o mapa das alianças para os próximos anos.